sexta-feira, 30 de novembro de 2012


Mabeco

O mabeco ou cão-caçador-africano (Lycaon pictus) é um  canídeo  típico de África que vive em zonas de savana e vegetação esparsa. A espécie já foi comum em toda a África  subsaariana (exceto em áreas de floresta tropical ou densa e zonas desérticas). A sua distribuição geográfica actual limita-se à Namíbia, Botswana, Moçambique, algumas zonas do Zimbabué e África do Sul.


O mabeco é um predador de médio porte, com cerca de 75 a 110 cm de comprimento para 18 a 36 kg de peso. A sua pelagem, muito característica com manchas de castanho, preto, branco e alaranjado, deu o nome científico à espécie: Lycaon pictus significa lobo pintado. A cabeça é em geral mais escura e a cauda termina num tufo branco. As orelhas são grandes e arredondadas e as pernas longas e finas terminam em patas fortes com quatro dedos.

Hábitos e alimentação

Os mabecos são animais gregários não territoriais que vivem em matilhas de até 40 elementos, em média 7 a 15. A estrutura social do grupo é altamente definida, com um casal alfa no topo que controla as hierarquias separadas de machos e fêmeas. Em geral as matilhas têm maior proporção de machos, uma vez que as fêmeas emigram com mais facilidade para outros grupos familiares. Cerca de metade dos machos juvenis permanece sempre junto dos pais; os restantes abandonam o grupo natal para formar uma nova matilha. As matilhas de mabecos são invulgarmente pacíficas. Conflitos entre membros do grupo são muito raros e em geral limitados à hierarquia das fêmeas na época de reprodução. Os mabecos têm preocupações sociais únicas nos predadores africanos. Se um membro da matilha está doente ou a recuperar de ferimentos, é alimentado pelos restantes e protegido de eventuais ataques.


Os mabecos caçam em grupo e através do trabalho de equipa combinado com grande resistência física, conseguem abater animais de dimensões muito maiores. As suas presas favoritas são antílopes de médio porte, como os impalas, gazelas e duikers, e grandes herbívoros velhos, jovens ou feridos, como gnus e zebras. Os mabecos só se alimentam das presas que eles próprios matam e nunca tocam em carcaças, por muito frescas que estejam. São ainda exclusivamente carnívoros, e mesmo em alturas de escassez não se alimentam de insectos. Após uma caçada, o grupo caçador regressa à base da matilha e regurgita porções de comida para alimentar os juvenis e os elementos adultos que ficaram para trás para cuidar das crias.


Os mabecos não são territoriais e partilham o espaço com outras matilhas vizinhas. Cada grupo necessita de uma área entre 200 e 2000 km² para viver e caçar.

Reprodução

A reprodução nas matilhas de mabecos está limitada ao par dominante, mas em anos bons ou em matilhas grandes, uma ou duas fêmeas subordinadas podem também procriar. Os restantes membros do grupo partilham a responsabilidade da educação dos juvenis. O par alfa é monogâmico e permanece unido para sempre.


A época de reprodução inicia-se em Janeiro e prolonga-se até Maio. O período de gestação é em média de 10 semanas, e os juvenis nascem entre Março e Julho. Cada ninhada pode ter entre 2 a 20 crias, que nascem em tocas forradas de ervas macias. As tocas são em geral reaproveitadas de outros animais, como o aardwark. Os juvenis permanecem na toca, amamentados pela mãe durante 3 a 4 semanas. No final deste período começam a ser alimentados pelos restantes adultos, com comida regurgitada. Cerca de um mês e meio depois, são já independentes dentro da matilha.


A maturidade sexual é alcançada com um ano e meio de vida, embora a primeira ninhada nasça em geral muito depois. As fêmeas abandonam o grupo original com cerca de dois anos e meio. A esperança de vida média é de cerca de 10 anos.

Conservação

O mabeco está listado pelo IUCN como em perigo de extinção. As principais ameaças à espécie são a perda de habitat e doenças contraídas através de contacto com animais domésticos.

Fonte: Wikipedia  

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